Livro-Reportagem funciona como uma espécie de aproximação entre a literatura e o jornalismo. Algo como uma matéria de jornal em formato de um livro que em teoria narra um fato que realmente aconteceu.

Mate-meNormalmente esses trabalhos são escritos por jornalistas que decidira documentar alguma temática específica ou um acontecimento importante para a história de um país. Existe necessidade de ler um livro sobre algo que povoou jornais diários tempos atrás?
Como jornalista digo a vocês que vale a pena sim. Um livro-reportagem, quando criado por alguém que está disposto a trabalhar honestamente, pode trazer novas ideias a respeito de fatos que envolvem o mundo servindo até como registro histórico importante.
Um exemplo disso é o livro Corações Sujos do Fernando Morais. A obra retratou uma revolta que ocorreu no interior de São Paulo durante a década de 1940. O livro narra retratos de violência protagonizadas por japoneses e descendentes de japoneses que não acreditavam que o Japão tinha sido derrotado durante a segunda guerra.
Outro livro desse gênero que eu não me canso de ler é Mate-me Por Favor de Legs MecNeil. A obra é uma sequencia de entrevistas que forma uma narrativa única e linear. Durante todo o momento em que lia o texto ficava me perguntando como diabos eles tinham conseguido organizar aquilo. Mate-me por favor conta a história dos primórdios do movimento Punk, falando das loucuras de caras como Iggy Pop e Andy Warhol. Qualquer dia desses eu faço uma resenha dele.
Como eu expliquei livros-reportagem também podem assumir a posição de contar uma história que estava em todos os jornais, por exemplo, o aclamado A Sangue Frio de Truman Capote. O livro conta a história do assassinato de uma família no interior do Estados Unidos. Esse trabalho deixou Truman Capote famoso no mundo inteiro, muitos consideram que esse foi um dos principais trabalhos literários a questionar o sonho americano.
Embora essa forma de literatura tenha como principal objetivo a elucidação de fatos, nem tudo são flores nesse gênero.
Os picaretas
Existem livros-reportagem escritos por oportunistas. Normalmente são obras que exploram grandes acontecimentos, quase sempre muito recentes e frescos na cabeça do público.
Esses trabalhos de caráter duvidoso possuem como principais características a inexistência de dados estatísticos, grande número de testemunhas que não podem ser identificadas e frases de efeito tiradas de filmes da década de 80.
Muitos desses livros são caça-níqueis feitos as pressas e possuem mais conversa de vendedor do que fatos. Eles precisam ter essa característica já que muitas vezes fazem afirmações sem provas.
É preciso ficar esperto para não acabar comprando fantasia achando que é realidade.

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