O assunto de hoje é um pouco polêmico para quem acompanha a literatura de perto. Youtubers estão escrevendo livros! Mas, apesar de ser algo bem recente, é um movimento muito grande não só aqui no Brasil mas principalmente nos Estados Unidos onde os Youtubers tem muita visibilidade.

Pois bem, eu fui atrás de ler sobre o assunto, li vários artigos de blogs americanos e alguns brasileiros para tentar explicar a origem desse gênero ainda sem nome e também formar a minha opinião sobre o assunto. O que eu mais vejo por ai sobre o assunto são comentários desse tipo:
“isso é desperdício de papel”“o cara não tem nem 30 anos e escreveu uma biografia?”“Mas quem que vai ler isso?”
Bom, YouTubers são, atualmente, um fenômeno do entretenimento. De um ano para outro o YouTube cresceu muito e fez muita gente “normal” ficar muito famosa muito rápido, e ultimamente essa fama e talento para entreter rendeu a eles contratos com grandes editoras para contar suas histórias ou trajetória de vida. E é ai que todo o preconceito literário surge e grita argumentos que também deveriam nos fazer pensar.
O primeiro livro de Youtuber Brasileiro foi o Depois dos Quinze da Bruna Vieira, lançado em 2011, mas na época ela não recebeu tantas críticas pois o movimento de Youtubers não era tão grande quanto atualmente. Muitos me dizem que esses livros só vendem para os fãs e que são puramente estratégias para que as Editoras arrecadem muito mas sem vender livros de qualidade. Eu já li muita gente dizendo que esses livros são lixo, que não podem ser considerados literatura… Mas, até que ponto podemos julgar se uma pessoa é ou não capaz de se tornar um escritor? O que difere no potencial de escrita dele seu canal no YouTube?
Bom, um exemplo dos mais claros é John Green, ele é um Youtuber, ele antes de publicar qualquer coisa mantinha e ainda mantem seu canal no Youtube. Sim, ele se enquadra no gênero. John Green, o atual queridinho da literatura juvenil é um Youtuber que escreve. E o que há de errado nisso? A apenas alguns anos a nossa literatura nacional viva sobre um preconceito tão forte que era quase impossível um autor brasileiro conseguir reconhecimento do público porque “os jovens não leem, e se leem não é literatura nacional”, quantas vezes já não ouvi que “De literatura brasileira só presta os clássicos”. Pois bem, hoje nós já conseguimos mudar um pouco essa opinião geral, com o incentivo de editoras e a participação ativa de blogs que apoiam nossos autores, a cada dia mais autores nacionais são publicados e reconhecidos, com isso a cada dia mais jovens brasileiros pegam em um livro para ler.
E não é positivo? Um YouTuber tem a oportunidade de influenciar o pensamento de milhares, milhões de pessoas, muitas vezes jovens, e um livro publicado não faz com que outros perfis de jovens se interessem pela literatura? Na minha opinião pessoal, todo livro é válido se for capaz de despertar no leitor a vontade de ler. 
Eu nunca li nenhum livro de Youtuber ainda por falta de oportunidade, mas tenho vários na minha lista de desejados. Eu acompanho a vida dessas pessoas pelo canal e tenho sim vontade de saber mais sobre sua vida ou apenas conhecer uma história que eles tenham para contar. Não é porque são famosos no meio do entretenimento de massa que não são capazes de escrever grandes livros. Qual o sentido em desencorajar alguém a escrever? E principalmente porque todo esse movimento preconceituoso que não quer que as pessoas leiam?
Sim, é possível que esses livros não sejam os novos clássicos, talvez nenhum deles se torne o novo Harry Potter, também é possível que as editoras estejam investindo neles pois enxergam o potencial de vendas estampado em seus rostos. Mas eu já disse isso e repito, se faz com que mais pessoas leiam que mal há? Não quer dizer que as pessoas iram para de ler os clássicos para apenas idolatrarem Youtubers, quer dizer que a partir de livros escritos por pessoas que eles admiram e acompanham eles podem enfim se encantar e entrar de vez no mundo da literatura, e pra mim isso é o que todos deveriam querer.
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