Oi gente!!

Eu escutei tantas coisas maravilhosas sobre Tartarugas Até Lá Embaixo. Sério, foram muitas resenhas, comentários exaltados. Algumas pessoas dizem que esse é o melhor livro do John Green, mas eu discordo. Na minha opinião a história de Aza nos mostra um novo John Green, um autor com preocupações genuínas e uma mensagem muito importante a passar.


Sobre o Livro:


Autora: John Green
Número de Páginas: 256
Lançamento: 2017
Editora: Intrínseca
Skoob.
Adquira o livro!


Tá, calma, não precisa jogar nada em mim! Eu sei que é uma opinião um pouco complicada. Deixa eu esclarecer: Tartarugas Até Lá Embaixo é um livro incrível. A Aza é uma personagem incrível. Mas apesar de tudo, ainda terminei a leitura sem ter realmente me apaixonado, sem ter me entusiasmado como achei que iria.

Vamos do início. Aza Holmes tem TOC, Transtorno Obsessivo Compulsivo, doença que o próprio John Green convive. Bom, ela e sua melhor amiga Daisy estão em busca de uma recompensa, cem mil dólares para quem ajudar a encontrar o empresário Russell Pickett. No começo Aza não estava muito certa disso, mas acaba sendo convencida pela amiga. Elas só tem uma ligação com esse grande empresário desaparecido: o filho dele Davis.

"Mas eu tava começando a entender que a vida é uma história que contam sobre nós, não uma história que escolhemos contar. [...]A gente finge ser a autor, claro. [...] A gente acha que é o pintor, mas é a tela."

Um menino que Aza conhecia e que mora justamente do outro lado do rio. Elas vão atrás dessa recompensa, mas o grande enredo do livro está longe de ser essa aventura de amigas em busca de todo aquele dinheiro. Tartarugas Até Lá Embaixo é um livro muito mais maduro do que tudo o que eu já tinha lido do Green. Trata sobre a pressão constante em que Aza se encontra, sobre a dificuldade dela em ter uma vida 'normal' e a frustração constante que sente. Aza Homes quer viver normalmente, mas está presa dentro de uma mente doente.

Ela se perde dentro de suas espirais de pensamentos, não consegue se concentrar, está sempre achando que vai ficar doente. Sua mente a mantém como refém e bom, enquanto tudo isso acontece dentro da cabeça dela, ela precisa ir para a escola, tem uma melhor amiga e pode estar se apaixonando.

"Um dos desafios da dor, seja física ou psíquica, é que só podemos nos aproximar dela através de metáforas. Não temos como representá-la como fazemos com uma mesa ou um corpo. De certo modo, a dor é o oposto da linguagem."

Eu confesso que senti falta de conflito. Fiquei até o finalzinho do livro sem ter ideia do que o autor queria dizer. O que ele pode fazer por Aza? Não existe cura para TOC, ela não pode simplesmente desistir de tudo, nem achar que é possível ignorar o que se passa na sua cabeça. Mas foi só nas páginas finais que eu acho que entendi. A história de Aza é sobre se superar.
Amei a forma que a doença de Aza foi tratada. Suas espirais de pensamento nos levam junto e eu fiquei realmente agoniada em algumas partes. Nós não sabemos a mínima ideia de como é viver com um transtorno como esse e Tartarugas Até Lá Embaixo é um grande aprendizado sobre a doença. 

"Nossos corações estavam partidos nos mesmos lugares. Isso é parecido com o amor, mas talvez não seja exatamente a mesma coisa."

Eu gostei muito do livro. Não amei como achei que aconteceria, mas acho que isso pode ser muito bem culpa de toda a expectativa que foi colocada sobre ele. O novo livro do John Green parece iniciar uma nova fase do autor, mas mantendo a delicadeza e a beleza com que sempre tratou seus personagens.



0 Comentários