Bom dia gente!!

O post de hoje é sobre um autor super conhecido, Matthew Quick, de "O Lado Bom da Vida", "Garoto 21" e "Perdão, Leonard Peacock". A escrita dele eu sei que nós conhecemos bem, mas aproveite essa chance de saber mais sobre a vida do autor e também sobre seu novo livro, ""Todas As Coisas Belas", que será lançado pela Intrínseca.

Matthew Quick nasceu no dia 23 de Outubro de 1973 na Filadélfia. Mas ainda criança se mudou para Nova Jersey, onde terminou seus estudos. O autor se formou em literatura inglesa e passou a lecionar cinema e literatura inglesa. Nesse meio tempo, ele também foi técnico do time de futebol e basquete na escola em que trabalhava.


Mas seu trabalho como professor não era o suficiente. Em entrevistas Quick comenta que passava por momentos muito difíceis, escondia seus sentimentos da escola e de seus alunos. Ele sentia uma necessidade enorme de escrever e tinha a impressão de que, se não fizesse nada sobre isso, ele não acabaria bem.

Foi então que, depois de uma viagem, ele largou tudo e se mudou para o porão da casa dos sogros para se dedicar inteiramente à escrita. É claro que nem todo mundo aceitou bem essa decisão, mas Matthew se sentia extremamente insatisfeito na vida como professor e isso já afetava sua saúde mental.

Nos primeiros dois anos, como o próprio autor menciona, ele escreveu três livros 'terríveis' que não foram vendidos para ninguém e foi em uma noite de frustração que a inspiração para "O Lado Bom da Vida" surgiu. 


"Depois de não escrever nada publicável por dois anos eu saí para uma corrida. Era um dia frio e eu estava muito deprimido, pensando que eu nunca conseguiria ser um autor de verdade. Todos esses pensamentos terríveis estavam na minha cabeça. Então eu olhei para o céu e tinha essa nuvem linda bloqueando o sol."
Com o livro, O Lado Bom da Vida terminado, Quick ainda teve que lidar com 70 rejeições, até que foi finalmente aceito. O sucesso do livro foi impressionante e rendeu uma adaptação cinematográfica, pela qual Jennifer Lawrence recebeu o Oscar de melhor atriz.

Como é de praxe da nossa coluna, separei alguns trechos de entrevistas do autor, pra gente poder conhecer ele um pouquinho melhor. Lembrando que as traduções foram feitas por mim para uso do Corujas de Biblioteca.

Você já colocou diferentes formas de doenças mentais em vários dos seus livros, incluindo "Todas as Coisas Belas". Isso é algo que você pretende continuar explorando em seus próximos livros? Você já considerou mudar totalmente e escrever sobre outra coisa?




Eu já contei essa história várias vezes, mas quando eu escrevi "O Lado Bom da Vida", eu realmente pensei que estava escrevendo um livro sobre futebol e a relação pai e filho. Eu não pensava nele como um livro sobre saúde mental. Mas depois, quando o livro, e especialmente o filme, saíram, uma grande conversa sobre saúde mental começou. Mas quando tudo começou, era muito assustador pra mim. Eu estava pensando "Oh, agora todo mundo vai me perguntar sobre saúde mental e eu vou ter que falar sobre o fato de que eu sou alguém que lidou com a depressão e a ansiedade minha vida toda". Eu estava com trinta anos, eu nunca conversaria sobre isso. Mas na vizinhança que eu cresci um homem não poderia admitir essas coisas, então era algo difícil para eu superar. Mas é claro que foi muito libertador também, já que agora eu consigo conversar sobre saúde mental com qualquer pessoa. [...]


Você acredita em destino?

Quando eu ensinava sobre Édipo Rei para os alunos do ensino médio, eu costumava levar a discussão à um outro nível e perguntar, 'Importa se a gente acredita em destino? Ninguém quer se tornar o Édipo. Quando Alicia e eu estávamos no red carpet entre todas aquelas celebridade, eu tive um momento em que percebi que eu não conseguiria de forma alguma responder essa pergunta: 'Como foi que eu acabei aqui? Eu não tenho certeza se algum dia conseguirei responder corretamente. Eu tenho muita bagagem religiosa que carrego da minha infância, que eu tenho certeza que meus leitores puderam perceber. Talvez todo mundo tenha seu próprio drama. Talvez todo mundo vibre em uma frequência diferente. Minha mãe diria que eu estou preenchendo meu propósito. Eu não sei. Mas BOA SORTE é definitivamente uma tentativa de revelar os mistérios do desconhecidos. E talvez isso seja tudo que nós, humanos, podemos fazer, tentar revelar os mistérios.


Qual a parte que você mais gosta e a que você menos gosta no processo de escrita? E como você supera as dificuldades? 



Minha parte favorita é escrever sozinho em um quarto antes que qualquer um tenha lido meu trabalho em progresso. Quando eu estou trabalhando num primeiro rascunho, os personagens e a história são exclusivamente meus. É maravilhoso criar um mundo que existe somente na sua cabeça. Quando você abre esse mundo para outras pessoas reais, pessoas vivas, sua história vai melhorar no processo de edição, mas nunca será só sua de novo.


Talvez seja como levar sua filha de cinco anos no primeiro dia da escola. Escola é bom, mas você sabe que isso vai mudá-la. Quando um livro é publicado, muitas pessoas avaliam e criticam. Talvez como estranhos avaliarem publicamente seu filho, ou filha, num sistema de cinco estrelas. (Claro que é sempre bom quando alguém se apaixona completamente pela sua história e te dá as cinco estrelas. Mas você pode ficar viciado nessa experiência também). A melhor forma de lidar com os altos e baixos da publicação é criar um novo mundo e novos personagens que são só seus até que eles "cresçam" de novo. As vezes eu repito uma frase, "A escrita vai te salvar", não a publicação, a escrita. Escrever é minha parte favorita.

Você pode conferir as entrevistas na íntegra aqui: 1, 2, 3, 4. E a nossa resenha de "Todas as Coisas Belas"

   









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