O inicio do livro já revela um acontecimento hediondo e bem forte que determina o caminho de uma criança. E é derivada desse acontecimento que damos inicio a um caso de causa e efeito. Poderia uma criança se tornar o violentador de amanhã ou ser mais uma vítima? Quem é de fato o filho da violência?


Sobre o Livro:
Autor: Gustavo Ávila 
Editora: Verus 
Número de páginas: 304
Ano: 2015
Skoob.
Compre Já!
Sinopse: 
É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem? Uma trama complexa de suspense e jogos psicológicos Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitado psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana. Porém a proposta, feita pelo misterioso David, coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. Para saber se é um homem cruel por ter testemunhado o brutal assassinato de seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a sua, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma no desenvolvimento delas. Mas até onde William será capaz de ir para atingir seus objetivos? 

Nesse suspense nos deparamos com um serial killer, que cometera um assassinato e ao passar do tempo ressurgi, porém com certa diferença, o assassino parece analisar o desenvolver da pratica fazendo com muita pericia. A polícia então começa a investigação desse caso hediondo onde o único sobrevivente é uma criança de oito anos. O detetive Artur é o responsável pela investigação do caso. 

Particularmente, fiquei fascinada por sua destreza em analisar cada cena de assassinato entrando ou observando as motivações das mortes. Pelo fato dele possui a síndrome de Asperger, que não passa de um tipo de autismos pelo qual não causa atraso algum, mas desenvolve características singulares. Ele enxerga muito mais além das aparências, e ao dar seguimento a leitura é impossível não amar o seu jeito Sheldon Cooper com uma pitada de Sherlock Holmes de ser. 

Por ser diferente acaba afastando quem não entende ou procura entender. Contudo Bete e o Delegado Aristes são quem mais conversavam com ele nutria vínculo de amizade e respeito pelo intelecto, apesar do delegado se irritar com a forma dele por entender tudo literalmente.

As crianças que sobreviviam aos crimes estavam gravemente traumatizadas pelos acontecimentos presenciados, assim acabavam por não comentar e assim atrasando a linha investigativa do detetive Artur. Resolveram que somente com uma ajuda medica poderiam descobrir o assassino ou resolver esse quebra cabeça que faltava sempre peças. Pronto e assim chegamos ao terceiro personagem dessa trama. 

O doutor psicólogo William, renomado psicólogo infantil que fez um trabalho acadêmico sobre o qual tratava de crianças que presenciaram acontecimentos traumáticos, pelas quais motivariam as definições do adulto no futuro. No entanto eram casos que não tivera um contato tão próximo quantos os casos que acabavam de surgir em seu consultório. 

O envolvimento do doutor aos casos no presente é nítido pelo fato de estar inclinado a afirmar sua teoria apresentada em seu trabalho acadêmico. O jovem psicólogo logo se junta ao detetive para ajudar e dar um tratamento as crianças que estão envolvidas nos casos.
O David, no caso o assassino, é um estrategista e tanto todos seus passos são meticulosos e quando algo sai dos seus planos parece que tudo compactua para dar certo. 

Houve momento que eu falei a mim mesma: “Pronto. É o fim dele! Dessa vez ele não escapa e (pá). Quem ele matará novamente?!”. Não nego que me peguei torcendo por ele, pois ele assim como os outros são personagens que acabam nos tornando empáticos de certo modo.

Acho a escrita maravilhosa e fluida com a qual o autor escreve tão cheio de detalhes de cenas, situações, troca de personagens nos faz entrar a fundo da história e acaba nos prendendo. As cenas dos assassinatos eram de tremenda tortura psicológica para os personagens infantis que iam surgindo nos capítulos, e para quem lê vem uma onda de questionamento e conforme vamos adentrando, mas analisamos o que nos cerca, as frases e parágrafos fazem um profundo observar, da gente junto com os personagens.

O trio de personagem presente na trama mostra o quão uma investigação, uma pesquisa e um trabalho podem levar as pessoas a fazerem certas coisas, tomar certas medidas e ceder a certas praticas. Causa e efeito é algo no qual ficou nítido no livro. O autor Gustavo Ávila trás o olhar de como pode ser bizarro a natureza humana para com seus propósitos. E se fazem presentes em nosso contexto real, nos trazendo uma profunda reflexão da sociedade. Como nesse trecho: “O psicólogo ficou olhando o interior do pote. Um açúcar de branco reluzente. Depois voltou a olhar para dentro da sua xícara, o líquido adoçado e totalmente preto no seu interior. 

"O branco açúcar pode mudar o gosto do café, mas ele ainda continuará preto. "

É um livro e tanto, com personagens cativantes e plot twist de arrepiar. Recomendo para quem está querendo ler algo do gênero, e quase impossível de não gostar ou amar!

Bom, Corujinha. Por hoje é só! Até breve.





0 Comentários