Todas as coisas Belas foi meu segundo contato com a escrita do Matthew Quick, já li O Lado Bom da Vida também, mas faz muito tempo mesmo e eu mal lembro direito da experiência. Enfim, você já leu um livro e sentiu que ele mudou sua vida? Nanette tem 18 anos e depois de uma leitura específica ela sentiu que tudo tinha mudado. Sua forma de ver a vida, de reagir a vida, e como ela se sentia consigo mesma.



Sobre o Livro: 

Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 272
Lançamento: 2018

Acho que também já deve ter acontecido com você, depois que Nanette O'Hare de 18 anos termina de ler "O Ceifador de Chicletes", um livro nada famoso, presente de um professor, ela sentiu que o mundo passou a girar diferente. Pra sua sorte, o autor do seu novo livro favorito mora na mesma cidade que ela e eles acabam desenvolvendo uma amizade. 

Até ser apresentada à um outro fã fervoroso do livro, Alex, outro adolescente que encontrou naquele livro um sentido... ou a falta de sentido pra sua vida. É claro que os dois desenvolvem um romance, regado de uma rebeldia poética e pouco extremista. Apresar de ter sido vendido como romance, acho que o ponto principal do livro não é esse, por que essa "história de amor" é muito mais voltada à auto-estima das personagens do que na relação entre Alex e Nanette.

"Eu não parava de me censurar por ser ingrata, mas mesmo assim não conseguia ignorar a sensação de que aquilo tudoa era uma espéce de armadilha."

"Todas as Coisas Belas" é um livro basicamente sobre a rebeldia adolescente, o descontentamento constante com a vida. E ele falou diretamente comigo em alguns momentos, Nanette é uma filha de ouro, tem uma relação tranquila com seus pais... mas quando ela lê o livro sua vida parece ter sido colocada sob um novo filtro e ela finalmente começa a prestar atenção em si mesma. 

Confesso que em alguns momentos a rebeldia do livro ficou cansativa e meio repetitiva. Ah por que ninguém te entende, ah a vida não faz sentido, ah o sistema, ah minha opressão... E eu senti um pouco falta de movimento por parte dos personagens. Mas talvez seja a perfeita representação das nossas rebeldias e crises existenciais que na verdade não inspiram muitas mudanças na gente, só o conforto do descontentamento. 

Talvez aquilo fosse um problema da literatura: ela fazia sentido apenas no abstrato, não oferecia ajuda na vida real, que exigia muito mais coragem do que o necessário para virar as páginas sozinho escondido do mundo num cando, na cama, debaixo de uma árvore."

Um ponto muito interessante da história é ver como o extremismo dessa rebeldia leva Nanette pra uma descoberta pessoal e Alex pra um reformatório. Também gostei muito das referências do livro, vários poemas e livros do Bukowski são citados, assim como canções dos Beatles e de outras bandas de rock. 

Foi uma leitura menos leve do que eu esperava, mas de qualquer forma me tirou alguns sorrisos e foi divertido acompanhar Nanette nessa descoberta pessoal dela e também sentir junto com ela todas as inseguranças que ela tem. 

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8 Comentários

  1. Gosto de ler livros de rebeldia adolescente, quem nunca né?
    E fiquei bem curiosa com o tal Ceifador de Chicletes.
    Uma pena que em certo ponto ele ficou cansativo :( achi tão tenso quando acontece isso, ainda mais num livro com personagens mais jovens

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  2. Muito legal! Quero ler tbm!

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  3. Oi! Eu também li O Lado Bom da Vida há muito tempo, e não me lembro de quase nada! Eu gosto da temática jovem do livro e dos personagens, tenho certo fraco por livros com adolescentes, e se tem rebeldia, melhor, porque me faz lembrar dos meus tempos de jovem rebelde. Apesar das ressalvas, acredito que deu pra tirar proveito da leitura, e foi gostoso viver as loucuras dos dois jovens, ainda que tenha tido resultados diferentes para cada um. Obrigada pela dica!

    Bjoxx ~ Aline ~ www.stalker-literaria.com ♥

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  4. Nossa, parece ter sido bem o oposto para os personagens, um vai para o reformatório e a outra não, mas acho que é justamente por isso que serve a obra, para mostrar os lados opostos de uma questão de rebeldia.

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  5. Oi, Vitória.
    Apesar de achar a premissa do livro bem interessante, sinto que esse não é o tipo de leitura que vai me agradar... Ando um pouco cansada de livros de adolescentes e não me identifico mais com livros que se concentram no que acontece nessa fase da vida das pessoas (que eu já passei há muuuito tempo! Rs...)
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  6. Oiii tudo bem??

    Ainda não tive contato com a escrita do autor, apenas vi o filme, e acabei me desinteressando do livro.
    Todas as coisas belas estava na minha lista de desejados, e apos sua resenha acho que irei adiar. Não que sua resenha me fez mudar de ideia, mas clareou a minha ideia do livro.
    Achava que era uma coisa completamente diferente do que é, e infelizmente perdi um pouco a vontade de ler.
    Mas talvez ela volte futuramente.
    Adorei a resenha
    BJus Rafa

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  7. Meu primeiro contato com o autor foi o mesmo que o seu, mas até agora não li mais nenhum livro dele. Já tinha visto esse livro, mas não sabia nada sobre ele até agora. A premissa parece Legal, mas ainda estou em dúvida se vale a pena ler ou não.

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  8. Já tinha visto uma resenha desse livro, mas só agora li essa sua que é a segunda, não vi muita repercussão da obra em si, parece uma ser uma história leve e rápida de se fazer e quando disse que em certa parte a leitura é repetitiva, me dá uma certa preguiça de ler, mas não descarto a possibilidade.

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