O Timbre é a conclusão da trilogia "Scythe" do Neal Shusterman e provavelmente uma das minhas trilogias favoritas dos últimos tempos. Finalmente uma série saiu da fórmula de distopia e nos apresentou um enredo convincente, com personagens carismáticos e uma trama global fácil de acompanhar. 

Sobre o Livro: 

Autora: Neal Shusterman
Editora: Seguinte
Lançamento: 2020
Páginas: 597

Vamos relembrar a história um pouquinho? Um mundo perfeito. A humanidade se tornou imortal. Não precisamos mais nos preocupar com empregos, dinheiro, nada. Tá tudo dando certo. Governada pela inteligencia artificial, Nimbo-Cúmulo, a humanidade só tem a prosperar. A única coisa que ela não faz, é controlar a Ceifa. 

"Somos seres imperfeitos. Como poderíamos nos encaixar em um mundo perfeito?"

Se ninguém mais pode morrer, a humanidade precisa de um jeito de controlar a população, e a Ceifa é esse mecanismo. Os Ceifadores são humanos responsáveis por matar algumas pessoas por ano, só o suficiente para que a população continue sobre controle. No fechamento da trilogia, nos aprofundamos ainda mais na história da Ceifa e conhecemos o mundo pelos olhos de novos personagens.

Foi uma trilogia e tanto! Apesar de ter terminado o segundo livro meio perdida, O Timbre começa exatamente onde paramos, e segue numa narrativa organizada e frenética. Não é como outros finais de trilogias, não há enrolação, tudo que acontece tem um propósito e são poucos livros que tem um desfecho tão bem amarrado quanto esse. 

Não preciso dizer muito mais pra vocês perceberem que eu amei a leitura. É refrescante uma trilogia que nos apresenta algo fora do comum. Scythe não é uma distopia, o Nimbo-Cúmulo não é uma IA que quer dominar o mundo, as pessoas vivem num mundo bom e sabem disso. O problema são os humanos, assim como em quase toda história. 

"A Nimbo-Cúmulo nunca havia pedido por adoração, mas as pessoas lhe davam isso agora, com malabarismos elaborados, na esperança de que ela notasse."

A humanidade não pode morrer, mas continua obcecada com a morte. Citra e Rowan continuam surpreendendo como personagens, e a relação dos dois não é forçada (ainda bem!). Essa trilogia é sobre aventura, os 'romances' são só um complemento interessante. Queria reforçar também a participação da Nimbo-Cúmulo como personagem, finalmente nós temos uma relação mais íntima com ela e foi uma ótima experiência.

Neal Shusterman criou nessa trilogia um universo tão bem construído e crível que é difícil voltar para realidade depois da leitura. Eu tive a mesma sensação ao ler "Perdido em Marte", uma aventura tão desenvolvida, com detalhes tão ricos que o leitor fica completamente imerso na história. Não há dúvidas que Shythe é uma trilogia diferente das outras, entrou para as minhas favoritas e eu mal posso esperar para ver a adaptação nas telas do cinema. 

"Você não pode expor uma mentira sem antes destruir a vontade de acreditar nela." 


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