“Neve Na Primavera”, escrito por Sarah Jio, nos apresenta duas histórias que são ao mesmo tempo diferentes e semelhantes; criando também uma ligação entre as duas, de modo que um capítulo complementa o outro. Dessa forma, o leitor não consegue desgrudar da obra e esta sempre a espera do próximo capítulo.

O livro começa de maneira sutil, em uma noite gelada na cidade de Seattle no ano de 1933. A “Grande Crise” assola o país e os pobres se tornam cada vez mais miseráveis, tendo de lutar pela sobrevivência. Vera Ray, é uma dessas pessoas, e sendo um mãe solteira, sua vida se torna ainda mais complicada, de modo que sua maior luta se resume a cuidar de seu pequeno filho, Daniel.

Em uma noite gelada no final do inverno, Vera se vê obrigada a abandonar seu filho para que possa trabalhar no expediente noturno. Odiando tudo isso, mas sabendo que não lhe restam opções, ela coloca o pobre garoto na cama e parte para uma noite de trabalho como camareira em um hotel da alta classe.

Na manhã seguinte, a cidade é invadida por uma nevasca “fora de época”. Após o fim de seu turno no hotel, completamente alarmada, Vera retorna o mais rapidamente possível para seu pequeno apartamento na parte pobre da cidade, para descobrir que Daniel não está mais la.

Desesperada, ela caminha pela vizinhança, chamando por seu filho. Durante a busca, encontra o ursinho do garoto jogado na neve, e tem a certeza de que algo muito ruim aconteceu…


Mais de setenta anos depois (2010), estamos na mesma Seattle, mas dessa vez, na vida de uma personagem diferente. Claire Aldridge trabalha como repórter de um dos mais bem-conceituados jornais da cidade, e de incio podemos perceber apenas que algo não vai bem.

Contudo, com um pequeno avanço da história, podemos perceber que na verdade, tudo a sua volta esta desmoronando, desde seu casamento até sua carreira profissional. Até certo ponto, sua vida provavelmente fora confortável, mas logo temos notícias de que em algum momento isso mudou. Esse fato é revelado aos poucos, mais a frente na história…

No começo é difícil entender como Claire pode ter qualquer relação com a história de Vera. Mas então, ao acordar em uma manhã, a repórter encontra Seattle coberta por uma nevasca, “fora de época”, exatamente como na década de 30.

Para sua decepção, seu chefe pede que ela faça alguma matéria envolvendo a nevasca, já que esse é um evento raro. Sem saber direito como proceder, Claire inicia algumas pesquisas, e se depara com um caso envolvendo um garotinho perdido durante uma nevasca semelhante em 1933.

Os arquivos do jornal notificam apenas o desaparecimento de Daniel, sem qualquer outra menção da resolução do caso. A história toca Claire e ela decide buscar mais informações para completar o caso e trazer a verdade a tona.

A partir dai, Claire parte em uma busca pela verdade, contando com sorte e algumas coincidências, ela começa a avançar no caso. Nesse ponto, as descobertas da repórter começam a completar mistérios dos capítulos protagonizados por Vera, e as duas linhas vão se misturando.

Logo não estamos apenas acompanhando o desaparecimento de Daniel, mas o romance sabotado de Vera; o incidente que mudou a vida de Claire; a Seattle de duas eras diferentes; a relação com personagens secundários; e muito mais.

“Inverno Na Primavera” foi uma surpresa extremamente agradável, já que eu não sabia exatamente o que esperar do livro. Como já dito, a questão dos capítulos muitas vezes estarem relacionados, faz com que você não consiga esperar para dar sequência a leitura.

Algo que aconteceu comigo e também pode acontecer com você, é impaciência justamente quanto a essa questão da troca de capítulos e personagens. Eu sei, acabei de elogiar essa questão da obra, mas também sofri em alguns momentos por causa disso. Veja bem: em algum momento da leitura, estamos em uma parte cheia de revelações na trama de Claire, e de repente o capítulo termina e vamos para um próximo protagonizado por Vera, o que as vezes provoca uma quebra no ritmo. Contudo, não se engane pensando que o capítulo de Vera será chato, pois quando ele for terminar e voltar para onde tínhamos parado com a Claire, você vai querer continuar acompanhando o que acontecera com Vera.

No geral, o livro é ótimo e muito recomendado. A leitura é rápida e de fácil acesso, com momentos emocionantes e revelações incríveis. O final consegue ser bem surpreendente e a evolução dos personagens é visível, principalmente a de Claire.

PS: Devo admitir que fiquei com pena de um personagem, imaginando que o final dele (e automaticamente o de Claire) seriam diferentes. E acreditem, muitos leitores também ficarão surpresos com essa mesma questão.

1 Comentários


  1. Só eu estou babando nessa capa? Super compraria o livro por causa dela kkk
    Um super beijão linda!

    www.unijumi.com

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