Bom Dia gente!
O post de hoje é super especial, nossa primeira parceria internacional! [Diana] Morais de Carvalho é portuguesa e lançou seu primeiro livro mês passado (08.10). O livro conta com o prefácio de Jorge Cruz (da banda Diabo na Cruz, famosa em Portugal). Ficou curioso? Quando recebi o contato da autora, imediatamente fiquei interessada no livro e também encantada com a autora. Ela é super simpática e divertida! Confiram a entrevista:
  • Primeiro, nos fale um pouco de você.
Gatos. Se vou falar sobre mim a primeira palavra que me vem à cabeça é “gatos”. A segunda é Roma: a minha gata! É verdade que adoro estes bichinhos. O seu olhar representa os mistérios do Universo, profundo e misterioso. Ando sempre com comida de gato no carro, caso encontre algum gatinho com fome na rua. Muitas pessoas olham para mim como se fosse maluca! Mas eu não me importo, loucura é abandonar um gato na rua. Se gosta de gatos, já é meu amigo.

Felinos à parte, o meu primeiro nome é Diana, porque a minha mãe tem uma grande admiração pela Princesa Diana. Sou portuguesa, mas vivo em Malta, uma pequena ilha no meio do Mar Mediterrâneo. Vivo com o meu companheiro, Lu, e a Roma. Juntos vivemos uma bonita estória de amor, pois Lu tem uma deficiência física e não foi fácil para muita gente aceitar a nossa relação. Mas sinceramente vivemos uma vida normal e gostamos de viajar pelo mundo (para países onde hajam elevadores, claro!). Já atravessamos os EUA através da velha Route 66 e já passamos também pela Palestina. Acho que só falta mesmo falar no Freddie Mercury, o meu ídolo!
  • Quando que seu interesse pela literatura surgiu? Teve algum livro que foi como um gatilho?
Não me lembro quando o gosto pela literatura despontou em mim, assim como não tenho memórias de um eu criança que não gostasse de livros. Com cerca de quatro anos pretendia que escrevia (rabiscos!) e entretinha-me assim horas e horas. Um dia a minha mãe, matreira, pediu-me para ler os meus gatafunhos e eu inventei toda uma estória, como se na realidade conseguisse ler o que quer que fosse. Esse caderno feito de rabiscos foi na realidade o meu primeiro livro.
Não houve nenhum livro em particular que me despertasse o gosto pela escrita, mas até aos meus dez anos li muitos livros da coleção “Patrícia”, e passava os meus Verões a lê-los e a relê-los.
  • Consegue escolher um gênero literário favorito? 
Esta resposta é simples: não. Podemos encontrar literatura de qualidade dentro de qualquer gênero.
  • Sei que é uma pergunta bem clichê, mas você teve alguma inspiração para a criação de seus personagens? Eles são inspirados em pessoas reais? Tem algum personagem que se assemelha muito a você?
A personagem principal do “Todos Iguais, Poucos Diferentes” é uma extensão de mim própria, partilha os meus ideais e pensamentos, apesar de ter uma vida completamente diferente da minha. A sua loucura é o espelho de uma parte do meu ser que eu guardo só para mim. No meu livro existe também a D. Maria que representa a minha tia Maria da Luz com quem vivi enquanto frequentei a faculdade. A sua morte afetou-me muito, e quando criei esta personagem, velhinha e querida, imaginei logo a minha tia.
  • Tem algum personagem, de qualquer livro, com quem você se identifica muito? 
Não, penso que não. Por vezes identifico-me um pouco, mas nunca aconteceu sentir uma empatia perfeita.
  • Sei que é uma pergunta muito difícil, mas preciso faze-la, qual seu livro, ou livros, favoritos? 
José Saramago: “Ensaio Sobre A Cegueira”.
  • Enquanto você escrevia, você mostrou seus progressos para alguém? Pediu opinião e concelhos? Ou só mostrou aos olhos do público depois que considerou pronto?
O Lu (o meu companheiro) foi o primeiro a ler, ainda o livro era um rascunho. Depois só mesmo o Jorge Cruz, um cantor famoso em Portugal, é que leu o “Todos Iguais, Poucos Diferentes” antes de o livro ser publicado. Ele adorou e aceitou escrever o prefácio, o que me deixou muito contente!
  • Em relação a escrita do livro, você é perfeccionista? Como soube que estava pronto, que não tinha mais nenhum detalhe a ajeitar?
Quando escrevo, escrevo desesperadamente, não quero nem parar para respirar. Soube que o livro estava terminado quando escrevi a última frase e chorei. Claro que o reli (cinco vezes pelo menos) e alterei uma palavra aqui e outra acolá, mas o “corpo” do livro estava feito.
  • Escrever sempre foi algo importante para você? Ou só surgiu depois que estava com a ideia do livro na cabeça?
Escrevi um livro porque já gostava de escrever. Nas aulas de português era frequentemente escolhida pelos meus professores para ler os meus textos em frente aos meus colegas. Depois disso participei no Campeonato Nacional de Escrita Criativa e fiquei em segundo lugar. Partilhava também alguns textos com os meus amigos... Até que chegou a hora de avançar para um projeto maior.
  • Na escrita do livro a ideia surgiu pronta e você logo a escreveu ou foi um processo de criação longo onde com o tempo a história foi tomando forma?
Quando comecei a escrever o primeiro parágrafo não tinha ainda noção de como a estória se ia desenvolver. Nem sabia sequer no que a personagem principal se ia tornar. A narrativa foi ganhando vida e contava já com uma dezena de páginas até ao dia em que, já de olhos fechados e pronta para adormecer, todo o desenrolar do livro se desenvolveu na minha mente. A partir daí muito pouco foi acrescentado à estória.
  • Tem algum livro que você leu e pensou “Nossa gostaria de ter escrito isso”?
Sou uma grande fã de José Saramago. Muitas vezes parava a leitura porque estava abismada com a profundidade do seu talento. E isto diz tudo.
  • Bate e volta, essas são perguntinhas só de curiosidades, para conhecermos um pouquinho mais de você. Qual o livro que você leu que todo mundo gosta, mas você não suporta?
“Os Maias”, do Eça de Queiroz. Muitos dos meus amigos adoraram e é uma obra muito conhecida, mas não consegui acabar de ler...
  • Qual escritor que você nunca leria?
Stephenie Meyer – autora do “Twilight”.
  • Tem alguma personagem que você gostaria de não ter conhecido? 
Não, todas as personagens fazem parte da estória, assim como todas as pessoas que conhecemos ao longo da nossa vida nos ensinam algo, para o bem e para o mal.
  • Qual a personagem que você ama de paixão?
Harry Potter. Acompanhou a minha adolescência e fazia-me sonhar. O mais importante é sonhar.
  • Que livro que te fez chorar muito? 
Peço desculpa pela repetição, mas chorei bastante quando o Dumbledore morreu. E eu não choro muitas vezes.
  • Qual o melhor cenário para ler?
Na cama, debaixo de um cobertor, a ouvir a chuva a cair lá fora.
  •  Lugar favorito?
Jerusalém. Há toda uma mística envolvida... Senti que pertencia àquele lugar, como se os meus antepassados tivessem caminhado pelas ruas daquela cidade também.
  • Viagem dos sonhos?
Ir ao espaço e olhar para a Terra, longe e distante. Sentir a nossa insignificância.

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco essa autora super divertida! Mal posso esperar para ler "Muitos Iguais, Pouco Diferentes", com certeza será uma leitura muito interessante. Se quer saber mais sobre a autora, você pode acompanhar o trabalho dela pela Página no Facebook que ela mantem.

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